Só um exame de DNA, com previsão de ficar pronto em 20 dias, confirmará ou não se as ossadas recolhidas nesta terça-feira, 6, pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Porto Seguro, são de três jovens de Itabela que estão desaparecidos desde o dia 14 de novembro deste ano.
O DPT foi ao local onde estavam as ossadas acompanhado do delegado responsável pelo caso, Rafael Zanini, do Conselho Tutelar de Itabela e de amigos e parentes de Darlan de Jesus Nascimento (16), Alessandro Ofrae de Jesus (17) e Edson da Silva Francisco (18), todos moradores de Monte Pascoal, distrito de Itabela.
Antes de sumirem, os jovens relataram para suas famílias que iriam trabalhar com o corte de mandioca, mas com o desaparecimento deles descobriu-se que tinham ido roubar madeira nativa de uma área de preservação de uma fazenda próxima a Monte Pascoal, onde familiares vinham fazendo buscas desde o desaparecimento.
Próximo às ossadas foram encontradas pedaços de roupas, um tênis e uma volta de prata que estaria sendo usada por Darlan, segundo informou o primo dele, Robson Lima do Nascimento. “Ele costumava usar essas voltas no pescoço, eu lembro”, ele comentou quando um agente do DPT mostrou o pertence do primo.
Um tênis parcialmente queimado que seria de Edson da Silva Francisco também foi encontrado. Um amigo dele que não quis ter o nome divulgado afirmou que Edson tinha uma deficiência no pé direito que fazia o tênis ficar um pouco dobrado. “Esse era o tênis que ele usava, com certeza”, disse o amigo, observando o calçado.
A polícia suspeita que os jovens tenham sido assassinados e depois queimados. Em um dos crânios encontrados havia marcas de perfuração que aparentam ter sido feitas por tiros de revólver, segundo avaliação inicial do coordenador do DPT de Porto Seguro, Reginaldo Cruz. “Mas só os exames pra confirmar isso aí”, destacou.
Outros pedaços de roupa queimados também foram localizados, assim como uma fogueira perto de onde estavam as ossadas, numa área de preservação ambiental misturada com plantação de eucalipto, denominada Projeto Jambeiro, com mais de mil hectares e pertencente à empresa Veracel Celulose.
Suspeitas - O motivo do desaparecimento dos jovens permanece um mistério, disse o delegado Rafael Zanini, que ouvirá esta semana pelo menos cinco pessoas sobre o caso. Mas a polícia acha que só terá mais perto da elucidação do crime quando encontrar os outros rapazes que contrataram e levaram os jovens para pegar a madeira ilegal.
Os contratantes, segundo a polícia, foram Wanderlei Lopes da Silva e um outro de pré-nome Nilson. No dia do desaparecimento, os dois estavam com os rapazes na mata e houve disparos de tiro. Os contratantes fugiram em uma moto e deixaram os jovens para trás. Nilson e Wanderlei ainda estão sendo procurados pela polícia.
“Eles estavam carregando o terceiro caminhão com madeira ilegal, quando teria havido os tiros e eles correram. A madeira que estavam roubando é paraju e cada carga de caminhão valia R$ 3 mil. Estamos investigando se esses tiros foram dados mesmo, ou se houve uma briga entre eles após o roubo”, declarou Zanini.
FONTE: RADAR64
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